
Ser vizinho de um estádio: privilégio ou transtorno?
Morar perto de um estádio de futebol pode ser a realização de um sonho para vários torcedores, mas não para todos

É inevitável a grande quantidade de lixo e estragos que os moradores da região do Couto Pereira encontram próximos as duas casas, após os dias de jogos
Por Raphaella de Aquino
O período que antecede as partidas, que dura entre duas e quatro horas antes do apito inicial, concentra vários grupos de torcedores nos bares próximos aos estádios. Essa reunião pode causar desconforto para algumas pessoas que vivem na região.
Acúmulo de lixo, aglomeração e confusões são reclamações comuns entre os moradores. Segundo os assessores de imprensa dos principais clubes de Curitiba, o lixo acumulado na frente dos estádios é imediatamente retirado pelo município, que detém essa responsabilidade.
Clarisse Almeida, 20, moradora de um dos edifícios ao redor da Arena da Baixada, afirma que é difícil se concentrar quando uma partida de futebol está acontecendo. "A torcida não para de gritar. É ensurdecedor", explica.
Já para Everton Santos, comerciante que mora no bairro Alto da Glória há 34 anos, a situação é diferente. Ele afirma que é um privilégio morar perto do estádio. "A bagunça é inevitável, não tem como fugir. Mas é necessário tomar um cuidado maior consigo mesmo e com a família. Os próprios moradores da região sabem da possibilidade de um tumulto e na maioria das vezes optam por não sair de casa".
Nos dias de jogos, o policiamento é reforçado, evitando o confronto entre torcidas rivais nas ruas próximas.