
Em dias de jogos, vias públicas se transformam em território privado_
Guardadores de carro dominam as ruas no período em que acontecem as partidas
Por Mayara Cardoso
Nos dias de jogos ao redor do Couto Pereira, é possível encontrar veículos em locais proibidos e até mesmo sobre as calçadas. “Flanelinhas”, como também são conhecidos os guardadores de carros, transformam as vias públicas ao redor do estádio num verdadeiro território particular. Cobram antecipadamente e muitas vezes não permanecem no local para os devidos cuidados prometidos aos proprietários.
Jackson Oliveira, 30, é guardador de carro e está sempre no mesmo lugar nos dias de jogos. Ele relata que os valores cobrados são fixos e que grande parte dos carros cuidados são dos mesmos donos.
Rafael Fachin, 19, é torcedor do Coritiba e conta que em quase todos os jogos que presencia deixa o veículo aos cuidados dos guardadores. Ele ainda diz que o motivo da escolha é o menor custo, mas que não concorda com a cobrança numa via pública. Fachin declara que paga o valor de R$ 10 ao guardador, que, inclusive, é sempre o mesmo.
“É necessária a conscientização das pessoas ao estacionar em locais proibidos e indevidos, pois não há um modo de fiscalizar esse trabalho dos guardadores e também não existe uma forma de ter certeza se determinado guardador é ou não regulamentado. Portanto, a conscientização deve partir das pessoas, afirma o agente da Secretária Municipal de Trânsito (Setran), que não quis se identificar.
Em sua maioria, os guardadores são trabalhadores de baixa renda e que buscam, em períodos de jogos, aumentá-la. Os valores cobrados pelos flanelinhas em dias de jogos costumam ser de R$ 5 a R$ 20.