
A Futebol Brasileiro X Futebol da CBF_
Por Raphaella Vieira
Criada com a intenção de combater o baixo lucro dos campeonatos estaduais, a “Primeira Liga” (ou liga Sul-Minas-Rio, como preferir) só escancara a crise da CBF. Com previsão para iniciar em fevereiro de 2016, a competição é composta por 12 times divididos entre os estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e não tem o apoio da Confederação Brasileira de Futebol.
Com as chaves e o calendário do torneio definidos, Alexandre Kalil, presidente do Atlético-MG e representante da liga, tentou uma aproximação com a CBF no mês de outubro para que a competição fosse incluída no calendário oficial do futebol brasileiro. Porém a Confederação considerou um afronto e rechaçou qualquer possibilidade de apoio. Isso mostra que a CBF não vê com bons olhos algo que eles não possam ter o controle.
Com as chaves e o calendário do torneio definidos, Alexandre Kalil, presidente do Atlético-MG e representante da liga, tentou uma aproximação com a CBF no mês de outubro para que a competição fosse incluída no calendário oficial do futebol brasileiro. Porém a Confederação considerou um afronto e rechaçou qualquer possibilidade de apoio. Isso mostra que a CBF não vê com bons olhos algo que eles não possam ter o controle.
As polêmicas que vem se amontoando ao longo dos anos envolvendo a instituição só corroboram com a falta de preocupação com o futebol. Desde as polêmicas arbitragens no campeonato brasileiro, passando pelo inesquecível 7 a 1 e chegando a prisão do ex-presidente da CBF José Maria Marín, acusado de receber propina pela realização da Copa do Mundo no Brasil.
O futebol brasileiro anda sem uma organização competente. Os clubes não querem pagar o preço de estarem obrigatoriamente ligados a federações que não repassam uma verba atrativa nas competições regionais e nem ligados a uma Confederação falida. Em outros tempos houveram ligas dissidentes como a Rio-São Paulo e a Copa Sul, mas nenhuma resistiu à pressão da CBF. A primeira região a reaver estes conceitos recentemente foi o Nordeste. Conhecido como “Lampions League” (alusão ao lampião e a famosa Champions League), a Copa Nordeste reúne desde 2013 os melhores times da região em paralelo aos campeonatos estaduais e foi considerado um sucesso de público e renda nas três edições do torneio.
Deve ser vista com bons olhos a criação da Primeira Liga, pois este pode ser o primeiro passo para que mais clubes do país consigam encontrar uma alternativa para que não tenham que se submeter exclusivamente a uma instituição falida. Caso a emissora que polariza o futebol no Brasil enxergue assim, Marco Polo Del Nero, atual presidente da CBF, será obrigado a rever seus conceitos e, enfim, se dobrar a algo que lhes interessam de verdade: o dinheiro.